quinta-feira, 20 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem


Situação de Aprendizagem Leitura e análise de texto

Neandra Lopes de Faria

 

Texto: Pausa, de Moacyr Scliar

Série: 3º série Ensino Médio

Tempo previsto: 4 aulas

Conteúdos: inteiração entre os elementos lingüísticos, tema, conflito, contexto e estilo; metáfora e semântica.

Competências e habilidades: localizar informações relevantes para solucionar problemas apresentados; inferir o sentido das palavras ou expressões no contexto em que elas se apresentam; reconhecer os diferentes elementos internos e externos que estruturam o texto literário.

Recursos materiais: Dicionário; lousa; texto; retroprojetor e computador.

Avaliação: Observação do interesse e a participação do aluno; leitura dinâmica; reescrita do texto mudando o final da história.

1º momento:

Sondagem: levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos através de imagens e questões, como:

O que você imagina encontrar em um texto com esse título?

Quando você pensa em pausa, você imagina o quê?

O que você já sabe sobre esse texto, você conhece esse texto, já ouviu falar sobre ele?

2º momento: Arguições orais.

Em seguida serão apresentadas algumas imagens para aguçar o interesse do aluno e eles deverão responder: “O que vocês imaginam ao olhar estas imagens?

3º momento:

Inicia-se então a leitura do primeiro e do segundo parágrafo. 

         Ás sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu bocejando:

         - Vais sair de novo, Samuel?

Pausa: E agora? Vocês ainda pensam as mesmas coisas ou mudaram de ideia?

Faz-se alguns questionamentos para aguçar mais ainda a discussão.

Após, retoma-se a leitura do texto. Agora com uma leitura dramatizada, o narrador e as personagens interagindo.

         Fez que sim com a cabeça. Embora jovem tinha a fonte calva;  mas as sombrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

         - Todos os domingos tu sais cedo - observou a mulher com azedume na voz.

- Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.

         Ela olhou os sanduíches:

         - por que não vens almoçar?

         - Já te disse; muito trabalho. Não há tempo, levo um lanche.

         A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:

         - Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.

         Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíche debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente.

 

Esfregando os olhos pôs-se de pé:

         - Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje? Friozinho bom este, não é? A gente...

         - Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.

         - Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. Estendeu a chave.

         Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.

         Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:

- Aqui, meu bem! – uma gritou e riu; um cacarejo curto.

         Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençois com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.

         Dormir

         Em pouco dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso na chão carcomido.

         Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam.

         Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança.

 

Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois silêncio.

         Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.

         - Já vai, seu Isidoro?

         - Já – disse Samuel, entregando a chave, pagou, conferiu o troco em silêncio.

         - Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.

- Não sei se virei – disse Samuel, olhando pela porta; a noite caía.

         - O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.

         Samuel saiu.

         Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

SCLIAR, Moacyr. In. BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1997

Atividades em grupo:

Grupo 1

Fazer levantamento do vocabulário e pesquisa sobre o autor.

Grupo 2

Encontrar as metáforas e explicar o sentido de cada uma dentro do processo de comunicação em que estão inseridas.

Grupo 3

Identificar o conflito central e os conflitos periféricos.

Grupo 4

Explicar o tema e o tipo de narrativa

Grupo 5

Reconhecer e identificar todas as expressões de tempo e lugar no texto, explicando-as.

4º momento:

Escrever um final para a história com um Samuel moderno.

5º momento:

Socialização das atividades. Leitura das produções textuais.

 

Quanto a Narrativa:

1.     Leitura atenta e silenciosa do texto.

2.     Leitura dramática, os personagens interagindo e o narrador realizando seu papel na história.

3.     Identificar os tipos de personagens e suas características físicas e psicológicas.

4.     Definir o tipo de narrador e como o identificou.

5.     Identificar o tempo e o espaço em que a narrativa se passa.

6.     Reconhecer o
enredo da narrativa.

7.     Reconhecer o foco narrativo da história.

8.     Localizar no texto as palavras que não conhecem e procurá-las no dicionário. Fazê-los pensar se o fato de não conhecerem tais palavras dificultou o entendimento do texto.

9.     Localizar os verbos no texto e identificar suas flexões

10.                       Perceber a intencionalidade do discurso.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- ROJO, Roxane – Letramento e capacidades de leitura para a cidadania, 2004

2 - SCLIAR, Moacyr – 25 contos de Moacyr Scliar – Livro Falante

3 - Currículo do Estado de São Paulo

4 - SCLIAR, Moacyr. In. BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1997

domingo, 16 de junho de 2013

Situações de Aprendizagem

TEXTOS

Pausa - Moacir Scliar



"Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu­-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
—Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém­ feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
—Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
—Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes,as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-­se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente.Bateu com as chaves do carro no balcão,acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente.Esfregando os olhos,pôs-­se de pé.
—Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é?A gente...
—Estou com pressa,seu Raul!—atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam­-no com curiosidade:
—Aqui,meu bem!—uma gritou, e riu:um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.
Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda ­roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel
correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem,deu corda e colocou-­o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro,tirou o casaco e os sapatos,afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho,deitou-­se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco,dormia.Lá embaixo,acidade começava a mover­-se: os automóveis buzinando,os jornaleiros gritando,os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou­-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia;sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam.
Samuel mexia-­se e resmungava.Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou­-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-­lo com a lança. Esvaindo-­se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor.Depois,silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia,lavou­-se.Vestiu-­se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona,o gerente lia uma revista.
—Já vai,seu Isidoro?
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
—Até domingo que vem,seu Isidoro—disse o gerente.
—Não sei se virei—respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo. Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu.Para casa."

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 
Regiane Gomes Cutti  

1. Público alvo: 8ª série/9º ano 
 
2. Objetivo: reconhecer a tipologia narrativa e as características do gênero conto; pensar nas características de um texto literário, da obra literária, avaliando a função da literatura na sociedade; explorar, desenvolver e ampliar 
capacidades de leitura. 
 
3. Conteúdos: conto “Pausa” Moacyr Scliar; informações sobre a biografia do autor; elementos da narrativa, apresentação de outros textos que possam dialogar com o conto citado. 
 
4. Competências e habilidades: inferir elementos da narrativa, reconhecer elementos da narrativa, analisar características do conto e desenvolver competência leitora.  
  
5. Estratégias: apresentação de vídeos com entrevistas do autor e trechos de sua obra; roda de leitura do conto distribuindo as vozes do texto para serem lidas pelos alunos; análise e comparação  do conto em diferentes mídias, fazendo intervenções por meio de  estratégias de leitura. 
 
6. Recursos: caderno do professor, do aluno, livro didático, internet, áudio e 
vídeo. 
 
7. Avaliação: participação das discussões em aula, leitura e análise do conto a partir de questões que contemplem as estratégias de leitura, realização da atividade final –  a produção de texto. 

VIDA E OBRA DE MOACYR SCLIAR ENTREVISTA 
Antes  de  lermos  o  conto,  vocês  irão assistir ao vídeo de uma entrevista com Moacyr Scliar,  onde  ele  fala  sobre  sua obra,  sua  visão  de  leitura  e  escrita,  sua vida e suas inspirações, como e onde ele escreve, qual a sua motivação, como foi sua  infância,  sua  formação,  sobre  seus prêmios, etc. 

Para depois : Conversa com a sala 

1. Qual a visão do autor sobre leitura? 

2.  O  que  ele  diz  sobre  escrita  e inspiração? 

3. Como ele encontra os temas para suas histórias? 

_________________________________________________________

Quais são os elementos que compõem a narrativa?  
  
ATIVIDADE 1

2 AULAS 

Perguntas:  
  
1.  Qual a relação da palavra ‘contar’ com a palavra ‘conto’?  

2. Quais os contos que vocês conhecem? Vocês se lembram das primeiras narrativas / histórias 
que vocês ouviram na escola? Como eram? (contos de fadas, fábulas, histórias em quadrinhos) 

3. Quando ouviam essas histórias vocês já sabiam ler e escrever? 

- Falar da tradição oral dos contos. 

Alguém conhece um conto chamado “Pausa” do autor Moacyr Scliar? 

1.  Ativação dos conhecimentos prévios: antecipação e checagem 
das hipóteses em uma roda de conversa na sala de leitura. 
 
- frase na lousa: Quem conta um conto aumenta um ponto! 

 ATIVIDADE 2 
 
- Leitura silenciosa do conto 
   
  A  partir  dos  elementos levantados  em  nossa  conversa vocês  farão  uma  leitura silenciosa  do  conto, destacando  os  elementos  da narrativa  que  vão surgindo  no decorrer da leitura.  (música de fundo) 
 

2. Localização e comparação de informações e generalizações. 
 
ATIVIDADE 3

Leitura compartilhada 

3 - Recuperação dp Contexto de produção 

  
PARA CASA 

ATIVIDADE 4 

Para a próxima aula, vocês farão um levantamento dos elementos da narrativa encontrados no texto e construirão uma ficha de análise do conto.  

Vocês preencherão essa ficha com: o título do texto; nome do autor; publicação; tema; personagens; espaço onde a narrativa se desenvolve; tempo em que a história ocorre e o enredo. 

Quantos  personagens vocês  encontraram  na narrativa?  

Então,  agora,  gostaria que  três  alunos  me acompanhassem na leitura do conto  para  a  sala.  Assumirei o  papel  do  narrador,  vocês deverão  escolher  entre  os personagens:  Samuel,  a mulher  de  Samuel  e  o porteiro. 

RETOMADA DA ATIVIDADE 4 

1 AULA   

Atividade 4 - levantamento dos elementos da narrativa encontrados no texto e construção da ficha de análise do texto.  

Ficha: título do texto; nome do autor; publicação; tema; personagens;  espaço onde se desenvolve a história; tempo em que a história ocorre e o enredo. 

O que é o tema? Qual a diferença entre tema e título? Como vocês encontraram o tema da narrativa? Alguém pode falar um pouco sobre sua interpretação a respeito do tema? Quais são os subtemas referenciados na narrativa? Quem será o leitor desse texto? Qual a intenção do texto? A função da literatura? 

Em uma roda de conversa, retomaremos a discussão sobre o conto “ Pausa” de Moacyr Scliar e faremos a exposição dos elementos da narrativa encontrados nesse conto. 

ATIVIDADE 5 

O Enredo 

2 AULAS 

Em duplas, leia o conto “Pausa” de Moacyr Scliar e destaque os seguintes elementos do enredo: 
 
1.  Apresentação (ou introdução ou exposição); 
2.  Complicação; 
3.  Clímax; 
4.  Desenlace (ou desfecho); 
5.  Conclusão da narração. 
 

PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS LOCAIS E GLOBAIS

ATIVIDADE 6 

2 AULAS 

Percepção das relações de intertextualidade 

      Percepção de outras linguagens 

      Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas   

      Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e ou/políticos 

VÍDEO –  “A ILHA”  

Curta metragem de animação de Alê Camargo




ATIVIDADE 7 

MÚSICA: “Cotidiano”
Chico Buarque

“ Todo dia ela faz tudo sempre igual:  

Me sacode às seis horas da manhã, 

Me sorri um sorriso pontual 

E me beija com a boca de hortelã. 

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar 

E essas coisas que diz toda mulher. 

Diz que está me esperando pro jantar 

E me beija com a boca de café...”   

1 - Como o vídeo confirma essa mudança contextual? 
2 - Quem é e como aparece o marido no vídeo? 
3 - E a mulher é a mesma que você imaginou durante a leitura da letra da música? Em que ela é diferente? 
4 - O ritmo da música alterou o contexto? De que forma? 
  
PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL 

Faça uma releitura da música de Chico Buarque “ Cotidiano”, produzindo outros tipos de gêneros como: história em quadrinhos, charges, tirinhas, crônicas, etc.  

ATIVIDADE 8 

A PAUSA NO TEXTO É SEMELHANTE OU DIFERENTE DESSAS PAUSAS?






ALGUMAS QUESTÕES 

1 - O que o filme tem em comum com o texto “Pausa”?  
2 - Como as personagens de ambos os gêneros fogem da realidade? 
3 - Existe um momento no filme que como no conto sugere mudança? 
4 - A mudança acontece somente no cenário ou no plano textual também?  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

1- ROJO, Roxane –  Letramento e capacidades de leitura para a cidadania, 2004 
2 - SCLIAR, Moacyr –  25 contos de Moacyr Scliar –  Livro Falante 
3 - Currículo do Estado de São Paulo 
4 - www.yotube.com (acesso em 05/06/2013) 
5 - www.soundcloud.com/livrofalante (acesso em 05/06/2013)  


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Neandra Lopes de Faria

Texto: Pausa, de Moacyr Scliar

Série: 3º série Ensino Médio

Tempo previsto: 4 aulas

Conteúdos: inteiração entre os elementos linguísticos, tema, conflito, contexto e estilo; metáfora e semântica.


Competências e habilidades: localizar informações relevantes para solucionar problemas apresentados; inferir o sentido das palavras ou expressões no contexto em que elas se apresentam; reconhecer os diferentes elementos internos e externos que estruturam o texto literário.

Recursos materiais: Dicionário; lousa; texto; retroprojetor e computador.

Avaliação: Observação do interesse e a participação do aluno; leitura dinâmica; reescrita do texto mudando o final da história.


1º momento:

Sondagem: levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos através de imagens e questões, como:

O que você imagina encontrar em um texto com esse título?
Quando você pensa em pausa, você imagina o quê?
O que você já sabe sobre esse texto, você conhece esse texto, já ouviu falar sobre ele?


2º momento: Arguições orais.

Em seguida serão apresentadas algumas imagens para aguçar o interesse do aluno e eles deverão responder: “O que vocês imaginam ao olhar estas imagens?’

3º momento:

Inicia-se então a leitura do primeiro e do segundo parágrafo do texto.   



Atividades em grupo: 


Grupo 1
Fazer levantamento do vocabulário e pesquisa sobre o autor.

Grupo 2
Encontrar as metáforas e explicar o sentido de cada uma dentro do processo de comunicação em que estão inseridas.

Grupo 3
Identificar o conflito central e os conflitos periféricos.


Grupo 4
Explicar o tema e o tipo de narrativa

Grupo 5
Reconhecer e identificar todas as expressões de tempo e lugar no texto, explicando-as.

4º momento:

Escrever um final para a história com um Samuel moderno.

5º momento:

Socialização das atividades. leitura das produções textuais.


 
Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto


É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi (Onde foi?)num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem?(com quem você acha que foi?) com o Cultura Inútil! Pode? (quem será o Cultura Inútil e por que o estranhamento?) Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... ( assim como?)
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta ( Quem é Culta? tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos( o que estaria escrito nesse bilhete?):
" Você é a glicose do meu metabolismo. ( o que ele quis dizer com essa expressão?)
Te amo muito!
Paracelso" ( Paracelso era o Culta ou outro menino?)
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte ( O que será que aconteceu?), depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo ( qual foi o assunto desse papo?) :
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação (Põe em ação o quê?) 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta (gasta o quê?), na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante (Por que ela usou esse termo para se referir ao menino?) aproximou o rosto do meu e( o que aconteceu?), tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse (o quê?)que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso (o quê?)aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então (aconteceu o quê?) nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegadono ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei (Aonde?) em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados(quanto tempo essa paixão teria durado?) por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
 Maria Inês Scheffer

Texto: Meu Primeiro BeijoAntonio Barreto

Público alvo: 9 ºano

Duração: 6 aulas

 1) Roda de conversa (desenvolvendo a oralidade)

Incentivar a participação dos alunos com as perguntas:
·        Quem já deu o primeiro beijo?
·        O primeiro beijo é sempre bom?
·        Tem que ser com alguém especial?
·        Em que local aconteceu? 

2) Checagem de hipóteses
·       O que vocês esperam de um texto com esse título?

3) Leitura do texto;

·       Leitura silenciosa pelos alunos;
·       Leitura do professor para a classe;
·  Trabalhando com as palavras (inferências, uso de dicionários).

4) Conhecendo o autor e a obra
·        Fazer uma pequena pesquisa, em grupo, sobre a biografia do autor (utilização da sala do Acessa Escola) e socialização dos resultados;
·        Incentivar os alunos a procurarem a obra em bibliotecas ou na internet.

5)  Análise do texto,  reconhecimeto do gênero narrativo e suas caraterísticas.

6) Intertextualidade
·      Trabalhando com o filme “O primeiro beijo”;
·      Letra da música “ Um primeiro beijo”, de Paula Toller;

Um primeiro beijo
Se acontecesse
Se a gente se encontrasse
Como ia ser?
Como saber?
Antes de nos conhecer
Quiçá beijar
Pensar em beijo
Pra
confessar
Nem ao menos sei seu nome
Eu nem ao menos sei seu nome
Mas foi só um sonho
Sem o lado avesso
De outros primeiros beijos
Foi tão romântico
Nós nos beijando no espelho
              Nós nos beijando
             Foi tão romântico
             De outros primeiros beijos

Sem o avesso
Mas foi só um sonho
Eu nem ao menos sei seu nome
Nem ao menos sei seu nome
Pra confessar
Pensar em beijo
Quiçá
beijar
Antes de nos conhecer
Como saber?
Como ia ser?
Se a gente se encontrasse
Se acontecesse
Um primeiro beijo


·      Letra da música “Se ela dança, eu danço”, de Mc Leozinho (vídeo no youtube)

Se ela dança eu danço
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Falei com o DJ!...(2x)
Prá fazer diferente
Botar chapa quente
Prá gente dançar
Me diz quem é a menina
Que dança e fascina
Que alucina querendo beijar...
Se Ela Dança, Eu Danço!
Balancei no balanço
Nesse doce encanto
Que me faz cantar...
Que é quando eu te vejo
Desperta o desejo
Eu lembro do seu beijo
E não paro de sonhar...
Ela só pensa em beijar
Beijar
! Beijar! Beijar!
E vem comigo dançar
Dançar! Dançar! Dançar!...
Vem viver esse sonho
Eu te proponho
Até suponho
Vai se apaixonar
Por essa alegria
Que contagia
A melodia
Que te faz dançar...
Eu viajei no teu corpo
Descobri o teu gosto
Deslizei no teu rosto
Só prá te beijar...
Dê uma chance
Quem sabe esse lance
Vai virar um romance
E a gente vai namorar...
Ela só pensa em beijar
Beijar
! Beijar! Beijar!
E vem comigo dançar
Dançar! Dançar! Dançar!...(2x)
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Falei com o DJ!...(2x)
Prá fazer diferente
Botar chapa quente
Prá gente dançar
Me diz quem é a menina
Que dança e fascina
Que alucina querendo beijar...
Se Ela Dança, Eu Danço!
Balancei no balanço
Nesse doce encanto
Que me faz cantar...
Que é quando eu te vejo
Desperta o desejo
Eu lembro do seu beijo
E não paro de sonhar...
Ela só pensa em beijar
Beijar
! Beijar! Beijar!
E vem comigo dançar
Dançar! Dançar! Dançar!...(2x)
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!
Se Ela Dança, Eu Danço!...(2x)

7) Trabalhando recursos de estilo e gramaticais
·    Figuras de linguagens;
·    Vícios de linguagens;
·    Uso de diminutivos;
·    Pontuação.

8) Pesquisa: Significado do beijo nas diferentes culturas (ocidental e oriental).

9) Interdisciplinalidade

Leitura e análise oral do texto científico

 “BEIJO: A MELHOR TERAPIA CONTRA A DEPRESSÃO”

por: Colunista Portal - Educação

O beijo - tema de boleros, fotos inesquecíveis e cenas apaixonadas no cinema - é a melhor terapia, principalmente para superar a depressão, revelou uma organização britânica.
O beijo "estimula a parte do cérebro que libera endorfina na corrente sangüínea, criando uma sensação de bem-estar", destacou a principal agência de terapia sexual britânica, Relate, com sede em Londres, e que no ano passado atendeu mais de 150 mil pessoas no Reino Unido para ajudá-los em suas relações de casal.


A endorfina é o opiáceo natural do organismo, cuja liberação no cérebro causa sensação de prazer, agindo como antídoto para a depressão.

Lembrando que os benefícios da liberação de endorfina provocada por um beijo já foram tema de incontáveis documentos científicos, a organização britânica faz um apelo para que as pessoas se beijem mais para combater o desânimo que acomete muitas pessoas após as festas de fim de ano.

Estudos anteriores demonstram que os casais no Reino Unido "não dedicam muito tempo ao beijo", pois seu cotidiano é cada vez mais dedicado ao trabalho, informou o Relate, especializada em terapia sexual e dar assessoramento psicológico a casais.

Em um documento intitulado "O beijo francês num dia cinzento", a organização enfatiza que os beijos que trazem mais benefício para a saúde e para combater a tristeza não são aqueles em que só os lábios se tocam, sem muita paixão ou emoção.

Quanto mais "excitantes" e apaixonados são os beijos, "mais adrenalina é liberada no sangue" e maiores são os benefícios para a saúde, garante a organização britânica.

A sexóloga britânica Denise Knowles, que trabalha como assessora de terapia sexual da Relate, afirma que os benefícios para a saúde de um beijo apaixonado ocorrem porque uma forte liberação de adrenalina causa aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco.

Por este motivo, Knowles lamenta que o beijo seja freqüentemente relegado nas relações amorosas em uma sociedade em que as pessoas querem, sobretudo, ter um "bom sexo".

"No entanto, o beijo traz tanto bem-estar e prazer quanto um bom sexo, e é mais fácil, podendo ser desfrutado na intimidade ou em público", diz a especialista.

Knwoles faz um apelo especial para que os casais beijem mais, sobretudo em janeiro, mês de inverno no hemisfério norte.

"Janeiro é, para muitos, o mês mais triste do ano, quando o tempo é cinzento e as dívidas contraídas no Natal força muitos de nós a nos privar de algumas coisas", afirma Knowles.

Fonte: AFP


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
 
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/1292/beijo-a-melhor-terapia-contra-a-depressao#ixzz2VRdmkvFU


·      Leitura e análise de imagem da obra “O Beijo”, de Rodin.




10) Produção escrita
Produzir um rap ou uma receita a partir do tema “O beijo” BEIJO: A MELHOR TERAPIA CONTRA A DEPRESSÃO


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Maristela de Souza Silva


 

Meu primeiro beijo  - Antônio Barreto


1)     Roda de conversa sobre o texto;

•Discussão em relação ao sentimento que envolve a ação do “beijar”;
•A fase em que essa curiosidade aflora nas pessoas;
•Quem são as primeiras pessoas a saberem desse fato marcante na sua vida;
•Porque esse fato é marcante, mesmo depois de muitos anos;

2)     Discussão sobre a estrutura do gênero textual “crônica”.

3)     Atividades de análise de texto:

·Atividades de leitura sobre o texto, buscando significados de palavras e as inferências das informações implícitas.
·O texto “meu primeiro beijo” é uma narrativa. Identifique os elementos narrativos presentes na crônica. Em seguida, justifique sua resposta com passagens do texto.

 Análise da música “primeiro beijo” de Paula Toller, para que o aluno reconheça semelhanças entre o tema de ambos os textos. Em seguida, trabalhar a intertextualidade dentro dos diferentes gêneros textuais.

Produção textual: De acordo com os textos analisados, produza uma narrativa contando como foi o primeiro beijo das personagens da música Eduardo e Mônica. 



   Avestruz - Mario Prata





O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. 

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. 

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato. 

Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais. 

Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor! 

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha. 

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima! 

Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento. 

Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer. 

Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem. 

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. 

Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.